domingo, agosto 21, 2011

Vice-Campeões do Mundo (Sub-20)

Portugal perdeu esta noite a final do Campeonato do Mundo Sub-20 ao perder por 3-2 (após prolongamento) frente ao Brasil.

"Morreram" à beira da praia, pois estiveram muito perto de conquistar o titulo e nunca ninguém pensou que pudesse chegar tão longe. Fui e sou um critico da gestão do futebol jovem português e de todo o "jogo" de interesses envolvidos e que chegaram a estar bem patentes nesta selecção.

Mas a realidade é que o percurso é notável.  Objectivamente um 2º lugar para um país como o nosso é de facto um resultado excelente. Não considero que sejamos os 2ºs melhores nem de perto nem de longe mas chegámos lá.

Estes sub-20 que podiam muito bem ter ganho a competição fazem me lembrar a Grécia do Euro 2004, a qual venceu a competição, venceu sem o minimo brilho, jogando uma competição sempre numa filosofia defensiva, com pouca qualidade de futebol ofensivo e apostando sempre no erro do adversário. Os nossos sub-20 foram tal e qual os gregos.
Vitórias sofridas quando defrontaram adversários que nos "obrigavam" a ter posse de bola, como foi o caso da Nova Zelândia e Guatemala, e depois perante adversários de igual ou superior valor, Portugal estava como peixe na água. Isto porque ai a estratégia passava por dar a iniciativa de jogo ao adversário, num esquema de jogo assente em 3 médios puramente defensivos (Danilo, Júlio Alves, Pele / Sanã) ficando depois S.Oliveira como 4º médio e o único que sabia o que fazer com a bola e na frente Caetano (Alex jogou mais quando S.Oliveira ficou de fora) e Nélson Olivera. A estratégia basicamente sempre foi a de pressionar forte, defender, defender, recuperar a bola e logo a lançar na esperança que sobretudo Nélson Oliveira a recuperasse. Parecia que estava a ver o Boavista de há uns anos atrás.

O resultado é volto a repetir brilhante ainda que sem o minimo brilho. Há ali matéria prima em 3 ou 4 jogadores que podem um dia chegar à selecção A. Dois se destacam claramente acima dos outros: refiro me a Nuno Reis, que não conhecia, mas que demonstrou uma qualidade, uma classe, muito mas muito acima da média. Joga em antecipação, cabeça levantada, autoritário, bons pés, bom jogo de cabeça, bom sentido posicional. Tem tudo para chegar longe. Depois há Nélson Oliveira, o qual é o craque desta selecção e que não me canso de repetir, que tem tudo para ser jogador de top mundial. Vejo-o jogar e faz me lembrar David Villa. Tem outra estampa fisica, mas o estilo de jogo é muito similar. Precisa de jogar, precisa de oportunidades, de confiança e claro aprender mais, mas só o irá fazer se tiver minutos nas pernas. Oxalá Jorge Jesus não seja tão teimoso.

Referências positivas para Mika, Danilo (este jogador é uma incógnita. Aqui demonstrou valor e sobressaiu pelo seu fisico, mas nos "adultos a sério" não sei se é tudo aquilo que aparentou ser) e Caetano.

Estão de parabéns (incluindo o treinador Ilidio Alves) pelo resultado alcançado ainda que sem brilho. É caso para dizer que os fins justificam os meios. 



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