sexta-feira, agosto 05, 2011

MAXI PEREIRA VS CRISTIAN RODRIGUEZ

A vida dá realmente muitas voltas e por vezes até se faz justiça.

Estávamos em 2007, era Fernando Santos o Treinador do Benfica e no meio de tantas aquisições (Butt, Cardozo, Bergessio, Di Maria, Coentrão, etc) chegam dois uruguaios ao plantel.
Chegou Cristian Rodriguez vindo Paris Saint German, já internacional, jogador talentoso mas que não havia vingado a 100% em França, cujo passe pertencia ao seu empresário e veio na condição de emprestado e chegou Maxi Pereira, então um médio direito, um jogador que nunca ninguém ouvido falar e que veio de um pequeno clube do Uruguai, tendo o Benfica pago 3 milhões de euros por 70% do passe.
Nessa época Maxi foi alterando a titularidade com o banco, até porque chegou rotulado como médio, mas cedo se percebeu que essa não era a melhor posição para ele e pouco a pouco foi descendo para lateral mas havia a forte concorrência de Nélson, o qual na altura era muito apreciado na Luz.

Cristian Rodriguez pegou de estaca, relegou para o banco ou para o flanco direito o talentoso (mas ainda intermitente) Angel Di Maria, jogava, marcava e encantada o 3º anel.

Chegado o final de época e já depois de longas e duras negociações com o seu empresário (que também detinha 30% do passe de Maxi Pereira) Cristian Rodriguez assinou pelo FC Porto, com um contrato muito acima da realidade portuguesa (mais de 200 mil euros mês) e que foi na altura um duro golpe nas hostes encarnadas e o inicio de uma declarada guerra no mercado de jogadores.

Um empresário mafioso que põe e dispõe do futuro dos jogadores independentemente das suas vontades e que só vendo dinheiro à frente, assenta que nem uma luva nas pretensões de Pinto da Costa.

Contrariando anteriores declarações, logo emitiu uma muito badalada declaração afirmando ter assinado em 5 minutos (outros vieram a ser muito mais rápidos pois disseram ter assinado em 4 e 3 minutos! Lol). Rodriguez  passou a ser persona non grata na Luz e no fundo cuspiu no prato onde comeu.

O seu compatriota Maxi, sempre com perfil low profile continuo no Benfica, foi conquistando os adeptos, ganhou definitivamente o lugar de defesa direito, deu um substancial salto qualitativo e paulatinamente foi sendo considerado uma referência dentro e fora do relvado. O seu comportamento neste inicio de época, em que depois de disputar a Copa América, período no qual foi Pai de 2 gémeos, e assim que terminou o último jogo apanhou o avião em direcção a Lisboa, não tendo sequer visto os filhos, chegou de madrugada ficando disponível um decisivo encontro para o apuramento para a Champions é algo que nunca será esquecido e isto sim é de CAPITÃO!

Rodriguez lá foi para o FC Porto, teve algum destaque, mas longe do destaque que teve na Luz. A cada ano que passou foi perdendo destaque e no passado era já a 3ª opção (atrás de Varela e James Rodriguez) e agora foi mesmo chutado para canto.
Em declarações publicadas no Record, afirmou: “Não me ligaram a dar os parabéns pela conquista da Copa América nem nada. Não acho que esta seja uma conquista de pouca importância, mas pronto... Além disso também não me disseram quando tinha que me apresentar. Por acaso falei com o Alvaro Pereira e ele é que me disse que temos de estar no Porto já no domingo, dia 7.
Irónico não é? O desconhecido é agora figura de proa, apreciado e admirado por todos. A vedeta que dantes diziam fazer chorar os adversário, agora chora sozinho!

Ingratidão paga-se! Sokota e Jankauskas que o digam!

Não levo a mal que jogadores como Deco ou Maniche tenham ido para lá até foi o clube que lhes puxou o tapete, agora não aceito que meninos com Rodriguez e sobretudo Sokota (a quem o Benfica pagou o ordenado durante várias épocas em que ele pouco jogou devido a lesões) tenham estas atitudes.

Agora renovem com Maxi e que lhe paguem bem pois merece!

Um comentário:

  1. Mai'nada... Talvez ainda se devam retirar mais algumas lições desta história...
    Primeira: Os bons jogadores nem sempre "pegam de estaca", isto é, os clubes têm que fazer bem o trabalho de prospecção, mas depois têm que dar tempo para os miúdos se adaptarem. É um novo clube, um novo país, um novo treinador, enfim, uma nova realidade.
    Segundo, as equipas não se fazem apenas de vedetas. O Maxi é o anti-vedeta, low profile, mas que parece ser um excelente profissional e que tem capacidade de se transcender.
    Terceiro, o clube tem que manter sempre uma postura de máxima elevação perante os outros... O Benfica não é o FC Porto. O Benfica (ainda) está na posição em que os outros querem estar.

    Um abraço e parabéns pelo texto!

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